"...A fé cega leva ao fanatismo e à estagnação. A fé consciente, ao contrário, leva ao crescimento e, no seu devido tempo, à iluminação..."
"...'Quando o discípulo está pronto o Mestre aparece.' Será que realmente estamos prontos para ser instruídos pelos verdadeiros Mestres?..."
por Raul Branco[1]
"...A principal consideração que nos levou a alertar os estudantes de ocultismo para o perigo dessas comunicações (canalizações atribuídas aos Mestres), apesar de seu caráter aparentemente beneficente, é o fato delas conterem muitas distorções e, até mesmo, erros factuais e conceituais. Isso sugere que a grande maioria, se não a quase totalidade dessas mensagens provavelmente não é de autoria dos Mestres..."
PRÓLOGO
Conheço várias pessoas adoráveis, sinceramente engajadas na busca espiritual. Algumas participam de vários grupos de estudo, cura e meditação, e dedicam de uma a duas horas por dia a seus 'decretos' e práticas espirituais ditadas pelos "Mestres Ascensos." Tocado pela dedicação e candor dessas pessoas, comecei a pesquisar a respeito dessas doutrinas e práticas que, obviamente, parecem estar fazendo bem a elas. Com todo o respeito e carinho, gostaria de oferecer as observações e considerações a seguir a essas pessoas queridas e a milhares de outros irmãos devotos dos Mestres. Procurei enfocar a questão de forma objetiva, apresentando considerações e sugestões que poderiam ser investigadas por esses sinceros buscadores da verdade.
CONHECIMENTO DOS MESTRES
Até meados do século XIX muito pouco era conhecido no Ocidente sobre os Grandes Seres, chamados no Oriente de Mahatmas, ou Mestres de Sabedoria. No Oriente, principalmente na Índia, os Mestres já eram conhecidos há milênios nos meios dos devotos e iogues. No Ocidente, no entanto, somente uns poucos discípulos aceitos conheciam seus Mestres, guardando essa informação de forma reservada, por respeito a estes Santos Seres e para a proteção deles.
Foi somente a partir do final do século XIX, com a fundação da Sociedade Teosófica e posteriormente com a divulgação dos escritos de H. P. Blavatsky, que o conhecimento da existência dos Mestres se espalhou nos meios esotéricos e filosóficos na Europa e nas Américas. Alguns colaboradores de Blavatsky foram contrários a essa divulgação, em virtude da tradicional reserva observada pelos discípulos com relação a comentários públicos sobre a existência de seus instrutores. Mas os tempos eram outros e os próprios Mestres contribuíram indiretamente para que sua existência fosse amplamente divulgada no Ocidente.
AS CARTAS DOS MESTRES
O principal meio de divulgação da existência e do trabalho dos Mestres foi a publicação, no início do século XX, de uma longa série de cartas escritas pelos Mestres,[2] entre 1880 a 1886, a dois ingleses, A. O. Hume e A. P. Sinnett, sendo a maior parte dirigida a esse último. Sinnett, mais tarde, utilizou o material contido nas cartas para escrever dois livros muito comentados na época: Budismo Esotérico e Mundo Oculto. Os Mestres também enviaram cartas, em menor número, a outros colaboradores seus, sendo muitas destas coligidas e publicadas por C. Jinarajadasa, com o título de Cartas dos Mestres de Sabedoria.[3]
Essas cartas são marcos para o estabelecimento de parâmetros sobre os ensinamentos desses Grandes Seres e para o conhecimento de seus métodos de comunicação com aqueles poucos aspirantes que apesar de não terem sido treinados no caminho ocultista, de alguma forma mereceram recebê-las. Seu valor especial está no fato de serem reconhecidas por quase todos os estudiosos como sendo de autoria dos Mestres. Algumas foram recebidas poucos instantes depois de terem sido "enviadas" por Sinnett, no próprio verso do papel em que as perguntas tinham sido feitas. É importante frisar que a maioria das cartas foi precipitada. O Mahatma K.H. respondendo a Sinnett sobre esse processo disse: "Devo pensar bem, fotografando cuidadosamente cada palavra e frase no meu cérebro antes que possa ser repetida por 'precipitação'."[4] Blavatsky comentou sobre esse processo que: "O trabalho de escrever as cartas em questão é efetuado por um tipo de telegrafia psíquica; os Mahatmas raramente escrevem suas cartas da forma usual. Uma conexão eletro-magnética, por assim dizer, existe no plano psíquico entre um Mahatma e seus chelas, um dos quais age como seu secretário."[5] O curioso é que, não importa qual chela venha a escrever manualmente a carta, a letra será sempre exatamente a do Mestre. Um fato que ainda não foi explicado pela ciência moderna é como a tinta foi colocada, não na superfície do papel, mas no seu interior. Permanece inexplicável, também, como estrias, feitas com a mesma tinta com que a carta foi escrita, foram incorporadas a espaços regulares no papel. Esses e muitos outros detalhes técnicos foram estudados em profundidade por um dos maiores especialistas em grafologia e falsificações, Vernon Harrison,[6] gerente de pesquisas da Thomas De La Rue (equivalente à Casa da Moeda Britânica). Essas cartas encontram-se no Museu Britânico.
(...)
[1] O autor é um estudante da tradição cristã, tendo publicado os livros: Pistis Sophia, os Mistérios de Jesus (Bertrand Brasil, 1997) e Os Ensinamentos de Jesus e a Tradição Esotérica Cristã (Pensamento, 1999)
[2] Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett. Sua 1ª edição foi publicada em inglês em 1923, e publicada em português, em 2001, pela Editora Teosófica.
[3] C. Jinarajadasa, Cartas dos Mestres de Sabedoria, publicada pela primeira vez em inglês em 1919, e em português em 1996, pela Editora Teosófica.
[4] Cartas dos Mahatmas, Vol. I, pg. 85.
[5] Artigo de H.P. Blavatsky sobre Precipitação publicado originalmente no The Theosophist e reproduzido no livro: Five Years of Theosophy (Londres, Reeves and Turner, 1885), pg. 519.
[6] Vernon Harrison, H.P. Blavatsky and the SPR (The Theosophical University Press, 1997).
Sim, todos vem de mesma fonte: jesus, buda, osho, geroge gurjif, rousseu, descartes, lao tsé, maomé, jung, sócrates, heráclito... seu blog é tão bom que não sei qual link clicar! kkkk!
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