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domingo, 19 de abril de 2015

O Que é o Despertar? por Eckhart Tolle


"...Então do que é que nós despertamos quando ocorre o despertar espiritual?..."


"...Para muitas pessoas, a primeira indicação de um despertar espiritual é que eles de repente se tornam conscientes de seus pensamentos..."


Desde os tempos antigos, o termo despertar tem sido usado como uma espécie de metáfora que aponta para a transformação da consciência humana. Há parábolas no Novo Testamento que falam da importância de estar acordado, de não voltar novamente a dormir. A palavra Buddha vem da palavra sânscrita Budh, que significa “estar acordado.” Então Buda não é um nome e, finalmente, não é uma pessoa, mas um estado de consciência. Tudo isso implica que os seres humanos são potencialmente capazes de viver em um estado de consciência em relação à qual a vigília normal é como dormir ou sonhar. É por isso que alguns ensinamentos espirituais usam termos como “alucinação compartilhada” ou “hipnotismo universal” para descrever a existência humana normal. Pegue qualquer livro de história e eu sugiro que você comece a estudar o século 20, onde você vai descobrir que uma grande parte da história da nossa espécie tem todas as características que nós normalmente associamos com um pesadelo ou uma alucinação insana.

A natureza do despertar espiritual é frequentemente mal compreendida. A adoção de crenças espirituais, ter visões de Deus ou seres celestiais, a capacidade de canalizar, de curar, de prever o futuro, ou de outros poderes paranormais, todos estes fenômenos têm valor e não devem ser descartados, mas nenhum deles é por si só, indicativo de despertar espiritual em uma pessoa que os experimenta. Eles podem ocorrer em uma pessoa que não despertou espiritualmente e eles podem ou não acompanhar o estado desperto.

Todas as manhãs despertamos do sono e de nossos sonhos e entramos no estado que chamamos de vigília. Em um fluxo contínuo de pensamentos, a maioria deles repetitivos, caracterizando o estado de vigília normal. Então do que é que nós despertamos quando ocorre o despertar espiritual? Nós despertamos da identificação com nossos pensamentos. Todo mundo que não está desperto espiritualmente é totalmente identificado e administrado por sua mente pensante, a voz incessante na cabeça. O pensar é compulsivo: você “não” pode parar, ou lhe assim parece. Ele também é viciante: você não precisa nem quer parar, pelo menos não até o sofrimento gerado pelo ruído mental contínuo, tornar-se insuportável. No estado adormecido você não usa o pensamento, mas é o pensamento que usa você. Você é, quase se poderia dizer, possuído pelo pensamento, que é o condicionamento coletivo da mente humana que remonta de muitos milhares de anos. Você não vê qualquer coisa como ela é, mas distorcida e reduzida por rótulos mentais, conceitos, julgamentos, opiniões e padrões reativos. O seu sentido de identidade, de si mesmo, é reduzido a uma história que você mantem dizendo em sua mente. “Eu sou a minha história”: é a isto que a sua vida é reduzida no estado adormecido. E quando sua vida é assim reduzida, você nunca pode ser feliz por muito tempo, porque você não está sozinho.

Isso quer dizer que você não vai mais pensar quando despertar espiritualmente? Não, claro que não é assim. Na verdade, você vai usar o pensamento de forma mais eficaz do que antes, mas você perceberá que existe uma profundidade no seu ser, uma quietude vibrantemente viva que é muito mais vasta do que o pensamento. É a própria consciência, da qual a mente pensante é apenas um pequeno aspecto. Para muitas pessoas, a primeira indicação de um despertar espiritual é que eles de repente se tornam conscientes de seus pensamentos. Eles se tornam uma testemunhas dos seus pensamentos, por assim dizer. Eles não estão mais completamente identificados com a mente e assim eles começam a perceber que há uma profundidade que eles nunca tinham conhecido antes.

©Eckhart Tolle


Tradução e Divulgação: A Luz é Invencível

Fonte AQUI




terça-feira, 14 de abril de 2015

Vivências internas no caminho da busca espiritual


"...Aprendi que, se não interferimos no fluxo das coisas quando elas são guiadas internamente, tudo se dirige para o bem. Temos de vigiar sempre, estar atentos, mas sem preocupações..."


"...A fé é um estado da alma, do próprio eu interior, e que não nasce na mente humana..."


"...Ao ficarmos inteiramente receptivos às energias superiores, à ajuda que vem do Alto, usamos os atributos que temos, sabendo que jamais estamos sós...."


Posso dizer que nunca tive dúvidas de que participo de uma realidade maior e de que há outros níveis de consciência. Também nunca duvidei de que sou guiado por algo interno. Mesmo na infância e na adolescência, quando não me ocupava conscientemente da busca, essa certeza sempre esteve presente em meu íntimo.

Assim, pude ver que os fatos marcantes da minha vida estavam traçados e que só me cabia reconhecê-los. O que parecia novo, na verdade acontecia desde sempre, e no momento da experiência real apenas se projetava externamente. Apesar disso, quando os vivia, eram “novos” para mim, e nem sempre podia controlar seu desfecho.

Por causa da certeza de ser guiado, ao sucederem fatos incomuns, eu não opunha resistência a eles; entrava na experiência sem conflitos – e por estar inteiro, decidido a caminhar, não me preocupava com resultados.

Nunca me perguntei onde tudo aquilo iria acabar. Aprendi que, se não interferimos no fluxo das coisas quando elas são guiadas internamente, tudo se dirige para o bem. Temos de vigiar sempre, estar atentos, mas sem preocupações.

Fazer essas constatações é sinal de estar sendo guiado. Essa percepção é fruto da atuação do eu interior, porque ninguém chega a ela apenas contando com a própria parte consciente ou com a própria experiência.

As vivências não são iguais para todos os que fazem a busca espiritual. Conheci pessoas cujo eu interior as guiava para tomarem decisões graduais. Na verdade, podemos receber vários tipos de orientação interna. Algumas indicam o que não fazer, mas não o que deve ser feito. Outras mostram determinada coisa nos níveis superiores e o modo de concretizá-la na vida prática. Tanto num caso como no outro, a preocupação com os resultados tem de ser eliminada para que a entrega à condução interna seja incondicional. Obviamente é necessário fé. Só ela elimina a tendência natural a interferir no curso indicado.

A fé é um estado da alma, do próprio eu interior, e que não nasce na mente humana. Como todos têm alma, todos têm fé, embora a maioria se distancie dessa realidade fundamental. Mas, mesmo que não se reconheça a existência da fé, ela se encontra no centro de cada ser, e sem ela ninguém estaria vivo.

A certa altura, mais cedo ou mais tarde, todos entram na busca espiritual e descobrem a fé. Mas enquanto esse amadurecimento não se dá, grandes são os desvios e as vacilações a que se expõem.

A entrega ao eu interior não quer dizer ausência de razão. A razão continua existindo, e não temos de aboli-la. O exercício é usá-la sempre que necessário, da melhor forma, porém a serviço de algo maior. É ofertá-la continuamente à sabedoria que está além, para que as energias superiores a alimentem e transfigurem.

Algumas vezes nos é dado esquecer que somos guiados, para vermos a diferença entre agir conduzidos interiormente e agir por conta própria. Nessas situações, fazemos coisas com as quais não estamos de acordo. Perceber isso nos leva a querer deixar de agir por nós mesmos o mais depressa possível.

Ao ficarmos inteiramente receptivos às energias superiores, à ajuda que vem do Alto, usamos os atributos que temos, sabendo que jamais estamos sós. As energias que agem por nosso intermédio acabam por nos ampliar a consciência, e vemos então que não existe uma vida e nós, separados dela. Nossa própria vida fica à disposição da grande Vida que a inclui, e nada mais resta de fora.

Trigueirinho

Para conhecer as obras do autor, acesse o site www.irdin.org.br ou o site www.comunidadefigueira.org.br


segunda-feira, 6 de abril de 2015

A necessária busca do equilíbrio e da harmonia pela humanidade


"...na vida, as dádivas são também provas: é preciso saber usar com correção os dons e bens que nos são entregues..."


Sabe-se que na Terra sempre houve violência e massacre de inocentes, bem como a exploração não só de membros do próprio reino humano, mas também do reino animal, do vegetal e do mineral.

Como ciclos de ações desequilibradas e ciclos de impacto das consequências geradas por elas, até agora foram alternando-se sem se resolver, o jogo do destino se perpetua, e o homem custa a dar-se conta de que um reto viver, com renúncia ao desejo, é o caminho direto para a libertação. Nesse ponto Buda foi bastante explícito, mas através dos séculos, seus ensinamentos pouco repercutiram no dia a dia da maioria das pessoas, embora estejam vivos em seu mundo interno.

Enquanto os seres humanos compreendem os fatos com base em suas crenças ou agem segundo seu conhecimento pessoal, permanecem circunscritos ao retorno das ações que praticam, à necessidade de equilibrá-las. Baseados em propósitos individuais ou egoístas, seus atos pouco conseguem contribuir para o bem do Todo e demandam sempre reações neutralizadoras, que podem vir por intermédio de outras pessoas ou da natureza. Essas reações podem ser purificadoras, pois desmantelam estruturas não sadias de indivíduos, de grupos ou mesmo de povos e civilizações inteiras. Contudo, se estiverem imbuídas de forças humanas, provocarão novas reações. E, assim, surgem e se propagam as complicações do destino desta humanidade.

Muito pode ser feito por aqueles que já estão conscientes da necessidade de uma mudança nesse padrão repetitivo. Um novo estado poderá implantar-se neles e contribuir para a transformação da face da Terra, à medida que forem entrando nos ritmos de uma lei superior, divina.

Porém, na vida, as dádivas são também provas: é preciso saber usar com correção os dons e bens que nos são entregues.


Como tudo está incluído numa Consciência Única, fonte de toda manifestação, não há detalhe que não deva ser considerado na busca do equilíbrio e da harmonia. O que nos cerca e o que somos, tudo precisa converter-se em instrumento de serviço e ser utilizado de maneira adequada. Nesse sentido, a água, a eletricidade, o alimento, o dinheiro, o transporte, o labor, o sono, a palavra, o sentimento e o pensamento deixam de nos pertencer e passam a ser vistos pelo que na verdade são: expressões dessa consciência onipotente.

Quem se empenha em evoluir deve aprender a ter paciência e a aprofundar seu sentido de observação. Em certas fases da vida a pessoa pode pensar que não está progredindo ou que nada de promissor está acontecendo, embora esteja trabalhando para isso. Entretanto, não é bem essa a realidade. Pelo fato de dedicar-se com seriedade à evolução e de estar por isso sendo intensamente transformada, muitos eventos na sua vida podem ser suavizados.

Sei de indivíduos que viviam com grandes restrições materiais e as tiveram resolvidas ao ingressarem abnegadamente no caminho espiritual e prestarem serviço com um grupo altruísta; sei de outros que ficaram liberados de certos laços pessoais para servir em âmbitos maiores, como, por exemplo, o de um país e o do planeta. Pessoas que se mantinham limitadas por deveres básicos e circunscritas ao âmbito familiar veem-se de repente nesses processos de transformação, livres para dedicar seu tempo e energia a causas universais.

Trigueirinho



Para conhecer as obras do autor, acesse o site www.irdin.org.br, onde há gratuitamente mais de 2.000 palestras gravadas, ou o site www.comunidade figueira.org.br, que transmite ao vivo palestras mensais de Trigueirinho.


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