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Cada estudante tem sua própria imagem do que deve ser um professor. Se vierdes a mim, não estareis preparados para ver-me como sou. E como não se realizam vossas expectativas, decidis que não sou bom professor. Essa não é a maneira apropriada de aproximar-se alguém de um mestre. Aproximai-vos com determinação e um ardente desejo de aprender. Assim não haverá problema.
Como encontrareis o mestre certo? Há um dito nos livros sagrados, que reza deste teor: “Quando o discípulo está preparado, o mestre aparece.” Se não estiverdes preparado, ele estará presente, mas não o notareis nem lhe respondereis. Se não souberdes o que é um diamante, o diamante poderá estar diante de vós, mas não lhe dareis atenção e passareis por ele sem o saber, imaginando tratar-se de um caco de vidro. Mais tarde, se não souberdes extremar um do outro, podereis adquirir o caco de vidro julgando tratar-se de um diamante, e zelá-lo a vida inteira.
Durante o período de busca, o estudante pode intelectualizar-se em demasia, ignorando sahajbhava (intuição espontânea); ou, inversamente, pode tornar-se demasiado emocional, ignorando a razão. A viagem emocional é tão perigosa quanto a viagem intelectual; ambas alimentam o ego. Os que não acreditam em disciplina não devem esperar a iluminação. Nenhum mestre poderá dá-la nem a dará só porque eles a querem.
Um mestre espiritual autêntico, designado para ensinar de acordo com a tradição, procura bons alunos. Procura sinais e sintomas; quer saber quem está preparado. Nenhum estudante engana o mestre, que avalia com facilidade o grau de preparação do aluno. Se verificar que este ainda não está pronto, prepará-lo-á aos poucos para os ensinamentos mais elevados. E quando o pavio e o azeite estiverem no ponto, o mestre acenderá a lâmpada. Esse é o seu papel. A luz que disso resulta é divina.
Não devemos preocupar-nos com saber quem nos guiará. A questão importante é a seguinte: estou preparado para ser guiado? Jesus tinha apenas doze discípulos mais chegados. Ajudou muitos, mas só transmitiu a sabedoria secreta aos que se achavam preparados. O Sermão da Montanha é compreendido apenas por poucos, e não pelas multidões. Os que não estão no caminho não compreendem, por exemplo, por que devemos ser mansos e pobres.
Os modos de ensinar do mestre são muitos e, às vezes, misteriosos. Ele ensina através de palavras e atos mas, em alguns casos, pode ensinar sem nenhuma comunicação verbal. Tenho percebido amiúde que os ensinamentos mais importantes têm origem na intuição e estão além dos poderes da comunicação verbal.
Deveis cumprir vossa obrigação no mundo com amor, e só isso contribuirá de maneira significativa para o vosso progresso no caminho da iluminação.
Precisais de alguém que vos guie e ajude. Necessitais de um guru externo como meio de atingir o guru que está dentro de vós. Às vezes, podeis tornar-vos egoístas e decidir: “Não preciso de guru”. Esse é o ego falando. Cumpre-vos domá-lo.
Jamais encontrareis um mau guru se fordes bom estudante. Mas o inverso também é verdadeiro: se fordes mau estudante, não encontrareis um bom guru. Por que haveria um bom guru de assumir a responsabilidade por um mau aluno? Ninguém arrecada lixo. Se estiverdes buscando um guru, buscai-o primeiro dentro de vós. Tornar-se iogue significa conhecer a própria condição aqui e agora, trabalhar convosco mesmo. Não resmungueis porque não tendes um mestre. Perguntai se o mereceis. Sois capaz de atrair um mestre?
Certa vez, quando me queixei a meu mestre de que ele não me estava ensinando, ouvi-lhe:
- Vamos, doravante serei teu discípulo. Tu serás o mestre. Age exatamente como o tenho feito.
- Senhor, não sei o que fazer, - disse eu.
- Não te preocupes, - voltou ele; - sabê-lo-ás.
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