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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O verdadeiro significado da entrega a uma vida superior


A Fonte da Vida ainda aguarda pelo homem



"...A entrega sincera abre caminhos; nela não há acomodação, mas um dinamismo interior, cuja potência rompe obstáculos ao contato com a Luz. A verdadeira entrega nasce de uma premência interna; o indivíduo necessita tanto dela quanto o ar que respira..."


"...à medida que a luz das células se expande, remanejamentos vibratórios realizam-se e elementos impuros são eliminados..."


"...dentro de si, além das forças humanas, está a síntese das linhagens hierárquicas..."


"Quem se ajoelha, eleva-se. Conquista-se por meio da total rendição de si. É renunciando que se ganha". Estes são os ensinamentos do Instrutor de Hércules, ao incumbi-lo de libertar Lerna da hidra que a devastava - um dos trabalhos do herói da mitologia grega.

Nas palavras do Instrutor de Hércules encontra-se a essência da entrega. Na sua acepção espiritual, a entrega designa um estado de receptividade incondicional às energias supraconscientes do próprio ser, ou à Consciência Única, que é imanente à Criação e ao mesmo tempo a transcende. Esse estado é atingido gradualmente, no decorrer das etapas da ascese daquele que trilha o caminho evolutivo. Significa superar o livre-arbítrio, conscientizar-se do próprio potencial interno e assumi-lo, deixando-se conduzir por sua sabedoria intrínseca. É o "abandono" do ser ao seu núcleo divino, a rendição do ego ao poder monádico (espiritual). Nesse estado, a ansiedade é substituída por uma visão consciente dos ciclos a serem cumpridos.

Quando as forças construtoras e destruidoras que se movem no interior da matéria estão entregues de modo incondicional a propósitos superiores, ela ganha nova vibração, um pulsar que a eleva além dos planos mais densos. A maior parte da humanidade procura de todas as maneiras fazer prevalecer suas ideias, gostos e preferências. Para ela, ter a própria opinião acolhida pelos demais é uma vitória. Fazem-se eleições, acirram-se disputas, instiga-se o aferramento a pontos de vista e pouco ou nada se ouve falar do valor oculto que há na renúncia e na entrega. Todavia, uma civilização erigida sobre bases partidárias está destinada à destruição, pois nela não há flexibilidade para a ligação do homem com o Todo.

A entrega sincera abre caminhos; nela não há acomodação, mas um dinamismo interior, cuja potência rompe obstáculos ao contato com a Luz. A verdadeira entrega nasce de uma premência interna; o indivíduo necessita tanto dela quanto o ar que respira. Ela se torna sua vida e não só uma atitude humana ou uma busca. Nessa sintonia, sua aspiração se intensifica, atrai energias que curam e transmutam a matéria.

Ao viver esse processo, seus corpos poderão apresentar conflitos e, muitas vezes, males aparentes. Isso faz parte da sua purificação, pois à medida que a luz das células se expande, remanejamentos vibratórios realizam-se e elementos impuros são eliminados.

Hoje a Hierarquia contata o homem por intermédio de sua mônada (espírito), e não mais da alma ou personalidade. Quando o homem polariza-se no plano monádico é que ele contribui mais amplamente ao plano evolutivo. Ao conscientizar-se desse fato, sua entrega é facilitada, pois compreende que o mundo real transcorre no mundo das energias, no limiar da existência imaterial.

Então, por meio do desapego e do serviço prestado no mundo das formas, o indivíduo consuma sua entrega ao eu supremo e sabe a que meta se dirigir. Acolhe as provas com gratidão, firmeza e fé. Compreende que, dentro de si, além das forças humanas, está a síntese das linhagens hierárquicas, representada por denominações simbólicas e expressivas: o Guerreiro interno, o Sacerdote, o Sábio, o Guardião do Espelho Interior, o Governante da sua existência, o Curador de todos os males, e Aquele que contempla a face do Inominável.

Quem busca sabe que acima da dor e do conflito está a Verdade.

Trigueirinho

Palestras do autor poderão ser ouvidas, gratuitamente, no site: www.irdin.org.br.

Publicado no Jornal OTEMPO em 05/02/2012 

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