Pesquisar este blog

Translate

domingo, 8 de abril de 2012

O Retorno de Jesus e o Fim do Mundo em 2012

Foto: Hora Cósmica


"...independente de profecias, estamos vivendo um momento de profundas mudanças..."


Qual a verdade ou falsidade sobre as profecias que anunciam o retorno de Cristo? Como devemos considerar esse tema ao mesmo tempo apaixonante e complexo? E os profetas atuais, qual sua importância e papel? E como separar fatos de especulações? Será mesmo que o mundo irá se acabar em 2012? Afinal, que temos a ver com tudo isso e o que podemos fazer independente de seu cumprimento ou não? Vamos refletir juntos?


Não sei se ainda me surpreendo com a capacidade do homem de iludir-se e iludir os outros. Acho que já a perdi. Não me espanto mais. Tornou-se algo comum ver pessoas de bem, inteligentes e capacitadas regressarem a níveis primitivos de infantilidade, imbecilidade e ingenuidade. Falo tanto dos que arriscam seus empregos e credibilidade ao sairem pregando profecias absurdas, quanto daqueles que acreditam nelas. E por que absurdas? Porque o sujeito promete, marca a data, nada se cumpre e ele sai incólume. Obviamente, ele sempre tem uma desculpa para o seu ‘equívoco’. Às vezes tem várias: é o “pessoal” que mudou de ideia; é ele que “não entendeu bem a profecia”; é que está faltando algo que ele “precisa terminar”. E o sujeito continua falando as mesmas bobagens em congressos, reuniões, revistas e programas, como se nada tivesse acontecido. Dizem os tais profetas que não teriam motivos para mentir. Que isso está sendo uma provação também pra eles. E com isso sensibilizam os outros com seu melodrama. Na verdade, estão apenas usando uma estratégia de convencimento conhecida e amplamente usada por mágicos, hipnólogos e marqueteiros. Ou seja, ativam sua emoção, de forma a enfraquercer sua razão. Isso evita que sejam percebidas suas incoerências, absurdos e mentiras.

Primeiramente, nenhuma profecia é clara e nada do que se diz numa profecia acontece exatamente do jeito que está descrito. Foi assim com as profecias dos profetas judeus, foi assim com as profecias de João e Nostradamus. Além disso, interpretar uma profecia é algo extramente complexo, principalmente se ela tiver sido escrita na antiguidade. Ora, peguemos o exemplo de Jesus. Por que os Judeus não creram que ele foi o messias prometido? Certamente porque ao comparar a história de Jesus com o que diziam os profetas, perceberam que não era a mesma coisa. Ou seja, só há três possibilidades: ou Jesus não é o messias, ou os profetas erraram, ou a interpretação está errada. Obviamente, os judeus preferiram ficar com a primeira. Os cristãos com a terceira. Ou seja, não desautorizaram os profetas - porque aí seria negar a divindade de Jesus. Mas preferiram interpretar as profecias, buscando encontrar elementos que confirmassem a tese de que Jesus era, de fato, o messias anunciado. Obviamente que algumas coisas ficaram de fora - as que não confirmaram a tese. Mas as que confirmaram, foram relevadas ao máximo. Mas, os judeus preferiram seguir outro caminho.

Peguemos alguns exemplos. Na profecia de Malaquias 4:5, ele diz: “Eis que vos enviarei o profeta Elias antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor”. Ou seja, os judeus estavam esperando que o profeta Elias retornasse antes do messias. Mas Elias não veio. Ora, se Elias não retornou, então o messias também não. Então como resolver esta questão? Muito simples, para os que acreditam em reencarnação, João Batista é Elias reencarnado. E isto é confirmado em várias páginas do Evangelho pelo próprio Jesus. Mas, se judeus e cristãos não acreditam em reencarnação, como fica? Um dilema, obviamente. Pois, ou João Batista é Elias reencarnado e Jesus é o messias. Ou, João Batista não é Elias e Jesus não é o messias. Tornou-se assim, novamente, uma questão de interpretação. E cada um interpretou da forma que lhe foi mais conveniente. Há ainda outras controvérsias. Nas profecias dizia-se que o nome do messias seria Emanuel e não Jesus; as profecias sobre o lugar de seu nascimento que não batem com as profecias: Galiléia ou Belém? Pois Belém não ficava na região da Galiléia e sim na Judéia. Então porque o chamavam de Galileu? E a genealogia de Jesus que em Mateus é descrita através de José. Mas José não seria pai biológico. Dentre outras coisas que uma pesquisa mais acurada e imparcial pode revelar.

Por isso que esta história de profecia é sempre um terreno perigoso, complexo e incerto. Quantos finais de mundo já foram anunciados? Quantos retornos de “Cristo” as igrejas e religiões anunciaram desde o tempo de Jesus? E quantas vezes erraram, ou, talvez, tenham acertado? Vamos pegar o exemplo das profecias no tempo de Jesus. Quando Jesus estava vivo, não havia nele nenhum sinal especial que o indicasse, sem sombras de dúvidas que ali estava o messias. Como a vida de Jesus foi, no tempo, algo comum e corriqueiro, como saber se o messias já estava na terra ou não? Afinal, naquele tempo era comum aparecerem profetas e messias - boa parte deles fajutos. E como saber que aquele era verdadeiro? Como saber se os fatos a ele atribuídos eram verdadeiros - pois havia muita gente que dizia fazer o mesmo? Ora, isso acontece ainda hoje. Quantos atualmente se consideram “avatares, iluminados, profetas, santos” etc. etc.? Se mesmo com toda a exposição na mídia e com todo avanço tecnológico e científico, ainda existem “avatares fabricados”, imagina naquele tempo. Vemos isso na televisão diariamente: são milagreiros fazendo mais milagres do que Jesus. E “avatares” que erram até mesmo a profecia de sua própria morte. Como podem querer saber o destino dos homens e do universo? Como podem se achar a “encarnação do todo poderoso”?

Mas mesmo quando eles erram - como vários erraram - vem sempre alguém para justificar o erro. Em outras palavras, não importam o quanto errem, o quanto enganem o povo. Estamos no campo da fé. E onde há fé e crença, não há necessidade de razão, reflexão, verdade e coerência. Como disse o psicólogo americano Michael Shermer: “não evoluimos para questionar e duvidar”. Há ainda outra questão: só cremos no que nos convém, no que nos conforta, no que se encaixa em nossas expectativas e esperanças. Por isso, os Judeus não creram em Jesus. Eles estavam esperando o grande libertador. Alguém mais poderoso que Moisés, Salomão e Davi. Viviam com esta esperança, alimentaram-na de geração em geração. Não era possível que o messias já estivesse na terra. Eles não viram os grandes “sinais”, nem as transformações e mudanças que tanto aguardavam e que acreditaram ter sido prometidas pelos profetas. Será que não estamos vivendo o mesmo contexto? Será que não está acontecendo a mesma coisa? E se estiver? E se Jesus já tiver retornado e ninguem tiver percebido? Será que o julgamento dos vivos e dos morto se não já estaria acontecendo, mas ninguém está percebendo? Será possível que o fim já não estaria acontecendo? Como saberemos?

Não temos como saber. Repito, não temos como saber. Tudo o que se disser neste particular não passará de especulação. Sem falar nos aproveitadores que se utilizam das profecias para explorar, enganar e conquistar mais fiéis. Saem dizendo asneiras, procurando em suas religiões os personagens e sinais citados nas profecias. Obviamente, que tais sinais e personagens só podem surgir na religião deles. Nunca nas adversárias. Sempre foi assim. O fato é que não temos como saber se as profecias dos Maias falam sobre o fim do mundo físico, material, ou apenas sobre o término de um ciclo. E isso não é motivo pra pânico. Talvez seja motivo de alegria. De 2011 pra cá vi mudanças profundas na vida de várias pessoas - tanto conhecidas quanto desconhecidas. Tanto na minha vida, quanto na vida de amigos e familiares. Certamente, independente de profecias, estamos vivendo um momento de profundas mudanças. Quem tem mais sensibilidade e está mais atento, percebe uma poderosa energia de mudança no ar. Mudanças de paradigmas espirituais e uma concepção inovadora sobre religião e espiritualidade - muito além da visão tradicional. O novo homem se sente mais confiante, maduro, autônomo e capaz de seguir seu próprio caminho. Não se sente mais escravo dos deuses, nem das religiões ditas “sagradas e autorizadas”. Hoje, há uma consciência cada vez mais presente de que o homem é um “deus adormecido”. Precisando, somente despertar para este fato. Sem necessidade de intermediários, sejam eles quais forem.

Sim, muitos profetas que no século passado anunciaram o retorno do Cristo para este final de milênio, podem ter acertado. O problema é que eles estavam esperando uma coisa, e pode ter acontecido outra. Exatamente como há dois mil anos atrás. Jesus já pode ter retornado sem ninguém perceber. E nunca saberemos como e de que forma ele veio. Se foi num disco voador, se foi encarnado em uma pessoa, em várias pessoas, ou apenas como uma “elevação da consciência” sentida através das vibrações, pessoas e acontecimentos inusitados. Mas, exatamente por não sabermos, é que temos que “orar e vigiar”. Estar “preparados” pois, talvez isso tudo já esteja acontecendo, ou já tenha acontecido e não tenhamos percebido- exatamente como no tempo de Jesus.

Ora, independente das profecias serem verdadeiras ou não, o que isso significa pra nossa vida? O que alguém deve fazer ao saber que o mundo pode estar se acabando e que o Cristo já pode ter retornado? Não seria, buscar o despertar, a evolução, a transformação interior? E, mesmo que tudo isso fosse apenas uma “piração coletiva”, isso nos isentaria de fazermos a nossa parte? Claro que não. Na verdade, nada muda em nossa vida, quer acreditemos nas profecias ou não. Tudo continua a mesma coisa. Se as profecias servissem para nossa transformação e despertar então haveria um sentido para elas. Mas não mudamos. Continuamos com nossos sonhos, ilusões e estupidez.

Na verdade, muitos se apoderam dessas "revelações" para fortalecer mais ainda o caos, o sono e a confusão. Em nada contribuem para uma real salvação humana no que tange ao seu despertar. Querem ser famosos, vender livros, aparecer na mídia, serem entrevistados e bajulados. Passam horas e horas discutindo o “sexo dos anjos”. Mas não dispensam um minuto para o que realmente importa: o despertar do homem. Em raros momentos falam de “amor” - coisa que Jesus pregou há milênios e que ninguém nunca ouviu - como ouvirá agora? Mas por que não ouviram? Por que não quiseram? A resposta é simples: ninguém ouve se está dormindo. Muito menos 'amar'. Não há amor sem autoconhecimento. Por isso, a necessidade prioritária para o despertar da ‘consciência’. O amor de alguém que dorme é desprovido de verdade, uma vez que é contraditório. Lá no fundo, seus reais motivos são outros. Muitos só querem ser admirados por suas “maravilhosas e abnegadas ações”. Ações humanitárias que disfarçam suas verdadeiras intenções: ganhar status, ter poder e serem famosos. Como poderão ser amados e respeitados se não agirem desta forma? Todos sabem que o ser humano, em sua maioria, é idealista. E quando encontramos alguém que se encaixa nesses modelos idealizados, passamos a admirá-los. Eis, então o Avatar, o Santo, o Bemfeitor.

Enquanto isso? Muitos sonham um dia poder ser como eles. E enquanto lutam pra realizar esses ideais… dormem. Ficam tão ocupados e envolvidos com "a obra" que não tem tempo de pensar no despertar. Tal atitude alimenta-nos a ilusão de estarmos cooperando com Deus, ajudando em sua obra celestial. Isso nos faz importante por estarmos “contribuindo” para o bem da humanidade. Ora, não será isso uma grande petulância? Não sabemos amar nem a nós mesmos, nem aos nossos familiares e amigos e queremos amar a humanidade. Essa humanidade não existe. É uma abstração conveniente e confortadora, que satisfaz os discursos vazios e demagógicos. Não cumprimos nem o pequeno e queremos fazer o grandioso. Não somos fiés nem no pouco e queremos sê-lo no muito. A salvação do mundo deve começar primeiramente consigo mesmo. Do contrário, tudo será pura mentira e autoenganação.

Não importa se o mundo vai acabar em 2012, ou se Jesus já retornou ou se virá apenas daqui a dez ou cem anos. Jesus já veio há mais de 2000 anos atrás, isso sim é importante. Assim como ele, tantos outros vieram chamar nossa atenção para o que realmente importa: a condição humana de ignorância e ilusão. Mas há forças no Universo que não querem que o homem desperte para a Realidade. Exatamente como no filme Matrix. Estas forças existem tanto dentro quanto fora do homem. Ao indivíduo, e somente a ele, cabe a missão de buscar e lutar por seu despertar. Mesmo que venham os Sócrates, os Platões, os Budas, os Cristos, os Ramanas, os Babajis e os Krishnamurtis, dentre outros, gritando para que despertemos - nada ouviremos pois nosso sono é profundo e pesado. O trabalho de despertar exige de nós um sacrifício nada fácil e simples: a morte de nós mesmos. Temos que morrer, sacrificar tudo o que somos, do contrário não renasceremos. Mas tememos perder a nós mesmos. Tememos arriscar tudo pelo Desconhecido e, por isso, preferimos a segurança ilusória do conhecido.

A Meditação nos prepara para o salto no Desconhecido. Esse Desconhecido é sentido como morte, vazio, nada, pelo EGO. Mas a mente-ego não quer morrer. Por isso, ela não suporta a não-mente. Ela quer ser "alguém’, ser importante, ser o centro de tudo. Ela pensa que sabe o que é a felicidade, geralmente ligada à noção de prazer, satisfação e realização. Ela sente o "não-ser-nada" como sofrimento, não porque seja assim, mas por temer o que não conhece e não controla. Assim, ela estabelece para si um ideal de felicidade e faz tudo para alcançá-lo. O ego-mente não abre mão disso, pois essa é sua natureza. Mas na Meditação percebemos que o EGO com seus pensamentos, desejos e buscas são como pesadas nuvens impedindo a visão do céu infinito. Nuvens que nos identificamos como sendo nós mesmos. De tão identificados e apegados, esquecemos que além das nuvens há um céu Infinito e que lá encontra-se a Luz da verdadeira felicidade. O ego não quer o Desconhecido por temê-lo. Prefere o conhecido por ser mais prazeroso e seguro. Mesmo que isso signifique viver de ilusões.Todavia, no NÃO-SER-NADA, está o SER-TUDO. No Desconhecido, encontra-se o Eterno.

Não deixemos o DESPERTAR para amanhã. O amanhã poderá não vir. A qualquer hora o fim pode chegar de forma inesperada: seja através da morte natural ou mesmo pelo tal “Fim do Mundo”. Meditar, significa viver a eternidade no agora e não no "depois". Nessa dimensão não existe o tempo. Mas apenas "o que é"... o aqui e agora. Quanto mais conscientes desta dimensão interna, mais e mais despertos estaremos. Um homem desperto não se engana nem engana aos outros. Não se ilude nem ilude aos outros. Ele está preparado e atento. Vigia constantemente sua "casa" pois não sabe o dia, nem a hora em que o "ladrão" virá. Sua oração é sua comunhão com o Eterno alcançada durante a Meditação. Por não ser mais controlado pelo pensamento, eleva-se acima deste nível ordinário de compreensão e alcança o plano da Consciência. Somente tal homem saberá viver, agir e amar verdadeiramente, sem medos, sonhos ou ilusões!

Que cada um possa buscar seu próprio despertar no agora, independente do amanhã - pois amanhã poderá ser tarde demais!

Muito Obrigado!
Alsibar (inspirado)

Fonte AQUI

4 comentários:

  1. SÔ!! Que texto lindo e verdadeiro, ai,ai, já te disse, quando venho aqui, é como dar um passo no cosmos.
    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Rita querida.
      O Alsibar estava muito inspirado quando escreveu este texto, também gostei demais, é tudo o que sinto e percebo neste momento que estamos vivendo.
      Amiga, venha sempre que quiser aqui. A "caminhada rumo ao cosmos" será segura, tem 6 felinos fazendo a escolta... rsrsrsrsss...
      Beijos.

      Excluir
  2. como alguem pode tecer comentários acerca de coisas que não conhece, devemos tomar cuidado com nossas palavras porque elas mesmas serao usadas contra nos. "E todo olho o verá..." Maranata !!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olha, não entendi seu comentário, mas parece que alguma coisa do texto lhe causou incômodo. Isso é normal quando achamos que a "nossa verdade" foi ferida ou questionada. Sua atitude em ameaçar usando trechos bíblicos reforça isso.
      Fique bem, fique em paz.

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...