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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tempos decisivos para todos os seres do planeta


"A luz que nos guiará na escuridão emergirá do nosso interior"

Vivemos tempos decisivos nos quais cada indivíduo está confirmando internamente o seu destino. Sabemos que a cada um está reservada a sua morada.

Como pode uma árvore nascer em lugar que não seja aquele onde a semente está plantada? Como pode um peixe viver fora da água? Como podem os homens respirar sem o ar?

Se uma flor das altas montanhas for levada às areias da praia, certamente morrerá. Ao cacto foi dado o sol do deserto; ao lótus, a água dos pântanos. A Sabedoria entrega o céu aos pássaros e a terra aos lagartos, o perfume às flores e o sabor aos frutos. Para cada coisa, o seu lugar; e mesmo sendo todos uma mesma Vida, nada se mistura.

Quando um ser, em seus momentos facultativos, decide obedecer à Vontade Suprema que habita em seu interior, mesmo que ele não veja claro e conscientemente e nada saiba do que deve fazer, será conduzido na direção correta. Isso é uma Lei.

Na maioria das vezes o aspirante é mais facilmente levado pelo caminho correto quando desconhece o que está pela frente. Em geral, observa-se que a elevada carga de material retrógrado que ele carrega nos corpos coloca grandes obstáculos quando os passos a serem dados são revelados desde o princípio.

Mas de qualquer forma a decisão é fundamental. Sem essa ferramenta, própria daqueles que têm em si desenvolvida a energia da vontade-poder, os impulsos superiores não encontram no ser um canal de manifestação que resista aos ataques das forças involutivas.

A intenção é apenas o início do caminhar. Somente quando ela está madura pode se transformar em decisão, e isso acontece com a vivência do desapego. O desapego é o calor do Sol que amadurece o fruto da intenção, tornando-o robustecido para, sob a forma de decisão, desprender-se da árvore e prosseguir manifestando a vida, pois é a decisão que traz em si as sementes da etapa seguinte.

Apenas quando o homem estiver desapegado de si mesmo, de seu ilusório e venerado "eu", poderá referir-se a ele à vontade, assim como fala de um objeto qualquer - sem afetação e com simplicidade.

Sem nada ver, sem nada saber e sem nada ter que confirme a Existência, poderá, em verdade, vir a ser algo do que deveria haver sido no princípio.

Que o ser abrace a escuridão como prenúncio da luz. Que há de pedir se não pode saber que espada cortará os céus das escuras noites, trazendo-lhes o raiar do novo dia?

A vida humana, da qual tantos se vangloriam e se apegam, é um pesado tributo que os homens estão pagando por suas escolhas. O cárcere de uma existência identificada com as formas é a dura sentença que a própria humanidade ditou para si. Aqueles que já foram tocados pela vida interna sabem que não há poço mais seco do que a vida restrita aos limites materiais; e até mesmo os que se recusam a ver a necessidade de uma coligação superior não têm como negar que um corpo sem espírito é um objeto morto, inerte.

Ao conscientizar-se da vida interior, onde também se encontram a vida universal e a vida cósmica, o indivíduo reconhece a dádiva que está em suas mãos; e quanto mais se torna um instrumento desse sublime poder criativo, menos se deixa conduzir segundo parâmetros humanos e mais se aproxima da obediência ao impulso interior.

O emotivo usa o último gole d'água para regar a planta que está secando. O sábio utiliza-o com parcimônia, até encontrar a fonte que pode saciar a ambos.

Trigueirinho

Palestras do autor poderão ser ouvidas, gratuitamente, no site www.irdin.org.br

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