Na maioria das vezes o novo conhecimento esbarra (choca-se) com outros conhecimentos, em forma de programas, já “instalados” no nosso “computador interno”. Por isto é que encontramos dificuldade de entender alguma coisa nova que se nos apresente. Trata-se mais de um processo de desaprender do que aprender, propriamente dito.
Convenhamos, uma pessoa com seus 40 ou 50 anos já possui uma considerável bagagem de conhecimentos e informações arquivadas na sua “caixa preta”, pois vem recebendo e armazenando estas informações desde sua concepção. Isto sem levarmos em conta o aspecto da alma imortal, com inúmeras vidas passadas, onde se somariam as informações de sua bagagem transcendental às deste ciclo de vida.
Então, vamos ficar apenas com a nossa atual encarnação, com este nosso ciclo presente, onde estamos agora, em que usamos nosso nome próprio – José, Maria ou João. Fiquemos apenas com este diminuto ciclo de nossa existência eterna a que, erroneamente, chamamos de vida. Na realidade a nossa vida é eterna e já existia antes deste ciclo – que começou com papai e mamãe fazendo amor – e vai existir para sempre.
Como estava dizendo, considerando apenas as informações que fomos armazenando durante este ciclo da vida, o que alguns especialistas alegam que começa com a “gravação” da energia e das emoções que nossos pais estavam sentindo no momento da cópula que deu início a esta nossa jornada.
Considerando ainda o volume de informações em oferta nos tempos modernos em que vivemos. Reporto-me aqui apenas às informações que assimilamos através de nossos cinco sentidos, que são as portas de acesso à nossa central de arquivos da memória – a nossa Caixa Preta. Não vou nem cogitar que podemos estar recebendo – e de fato estamos – informações e conhecimentos de outras dimensões, que entram por portas invisíveis e se instalam (como vírus) juntamente com as que recebemos através do nosso corpo físico, pelos sentidos.
Daí, surgem os seguintes questionamentos: Supondo que somos seres limitados – de fato não somos (nós mesmos é que nos limitamos) – qual é a capacidade de memória deste meu hardware? Quantos giga bytes? Como são arquivadas estes dados? Qual é a prioridade, as pastas em evidência e as mais importantes? Como são acessadas? E, principalmente, que tipo de combinação, permuta, intercâmbio e ligação se processam entre elas, para que se chegue a um determinado raciocínio, a uma resposta lógica?
Francamente, às vezes acho que o processamento de dados de nossos arquivos internos sofre também a influência e interferência, não física, de energias sutis, que desconhecemos.
E, mesmo que consideremos apenas a capacidade de interagir de uma máquina simples, inventada pelo homem, que usa uma lógica de combinações de dados armazenados, já fica difícil entender como isto funciona. E se é difícil entender como se processam os dados de um mero computador, máquina criada pela mente humana, quanto mais difícil será entender o complexo mecanismo desta mente e de suas conexões com outras mentes e até com a Mente Universal.
Dito isto, volto ao cerne da questão – níveis de entendimento, de compreensão – com mais alguns questionamentos: Porque será que é mais fácil encontrar lugar para armazenar uma informação de caráter negativo do que uma positiva e esclarecedora? Qual é a chave que devemos selecionar para, pelo menos, equiparar o peso das informações boas e ruins?
Agora mesmo tive um exemplo desta discrepância de predileção do nosso sistema de coleta e processamento de dados: A minha filha, que trabalha em um supermercado com restaurante, comprou uma porção de brotos de alfafa (aquelas minúsculas sementinhas brotadas que servem com as saladas) e ofereceu uma parte para uma amiga. Ao que a amiga foi logo dizendo “não vou comer isto porque pode estar contaminada com aquele bichinho que mata”, logicamente se referindo ao surto recente de infecção por Escherichia coli ocorrido na Europa.
Ora, estamos no Brasil. Digo, no interior do estado do Rio Grande do Sul, numa cidade da Serra Gaúcha. Será que os brotos de alfafa daqui podem ter sofrido a contaminação de uma bactéria que apareceu, há mais de um mês, numa fazenda no interior da Alemanha? E, acresça-se a isto, que tal contaminação foi prontamente identificada e debelada. Só que a nossa amiga gravou a informação negativa que veiculou na mídia e, sem sequer dar-se conta, talvez nunca mais volte a comer brotos de alfafa.
Por tudo isto, concluo que, enquanto não dominarmos a técnica de arquivamento de mensagens do nosso cérebro, temos que ao menos ser seletivos. Trata-se de desaprender para aprender. E mais seletivos ainda com o tipo de informação que vamos armazenar. Convém dar-se conta de que, aos poucos devemos ir substituindo os arquivos internos que guardam informações menos desejáveis, por outros mais adequados aos nossos dias e à nossa evolução pessoal.
E, de que forma vou me dar conta disto? Através da conscientização, mas isto já é outra história. Por hora interessa-me saber que devo estar sempre aberto a novas informações, eliminando o conceito de certeza (estar certo) e aceitando o que o Universo tem para me oferecer, sem me ater a julgamentos pré-concebidos, que atuam como verdades máximas, a exemplo das decisões da Suprema Corte de um país.
Somente estando aberto e sabendo que ninguém é dono da verdade (muito menos eu) é que vou me permitir aprender, apreender e entender novos conceitos e me permitir interagir com o Todo. Deu para entender?
Por José Cegoni - Terapeuta holístico, mestre Reiki, escritor e palestrante - Autor do Livro Pensando Bem
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