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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Foi tudo um sonho...


"Pense sobre os acontecimentos que lhe ocorreram há dez anos atrás. O que restou deles, todo sofrimento e desgosto, toda alegria e afeição? Para onde foi tudo isso? Tudo isso desapareceu, assim como se nunca tivesse existido.

A mesma coisa está acontecendo com a sua experiência de hoje. Neste exato momento, suas experiências particulares chegam e quase instantâneamente desaparecem.

Quando a morte acontecer ao seu corpo, em que terá se transformado toda sua vida? Em que se transformará toda sua vida, suas experiências, todas as suas preocupações, prazeres, tudo? A resposta é Zero. Nada acontece, é como se nada tivesse acontecido. Foi tudo um sonho.

Somente o imutável profundo, sobre o qual todas as experiências aparecem e desaparecem é que é real, é que permanece intocável.

Se você fosse uma onda no oceano e começasse a pensar em si mesmo como um indivíduo separado, você iria viver na superfície e ser chicoteado, perdendo contato com a sua realidade que é a água. Isso é o que acontece com a mente ignorante. Ela não está separada de Deus, a consciência universal, mas ela pegou a idéia de que é separada.
Enquanto esta ilusão persistir, a mente continuará a aparecer para levá-lo para fora da realidade.

Realidade é a consciência absoluta, mas não pode perceber-se porque é Um. Para que o conhecimento absoluto perceber-se, deve então manifestar-se e tornar-se dois.

O mundo é o reflexo do Absoluto. Assim, o Absoluto tem a capacidade de ver a si mesmo.
O reflexo não tem existência em si mesmo. Este ato de manifestação é a criação da dualidade, e na dualidade aparente, o mundo inteiro aparece.

A física atômica do século XX demonstrou que toda matéria é nada mais que energia. Esta evidência apareceu há alguns milhares de anos aos sábios da antiga Índia, eles expressaram a mesma verdade nos Upanishads!
Os olhos físicos do corpo humano, não podem ver obejtos como puro espaço e energia. Por causa das limitações de percepção visual, objetos como formas coloridas, com bordas que parecem separá-las umas das outras. Isso não é mais uma maneira "correta" de ver objetos sólidos; seria melhor que vissemos os seres animados como apenas luz amorfa. No entanto estamos acostumados a vê-los como sólidos e separados.

O Vedanta afirma que os objetos do mundo são "Namarupa" apenas. Nama significa nome e rupa significa forma.

As formas e seus nomes andam juntas no processo mental de percepção e o reconhecimento de ambos, são projeções sobre a realidade não dual, da mesma forma que as imagens são projetadas em uma tela. As imagens são apenas luz colorida, a luz em si mesmo é incolor.

Objetos, embora eles pareçam ter forma e serem reconhecidos por seus nomes, ainda assim, não são separados do espaço que os impregna.
Espaço permite todas as formas do mundo aparecerem.

Mas a realidade é mais sutil do que o espaço, porque é consciente deste espaço também."

Ranjit Maharaj em The Way of the Bird



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