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sábado, 26 de março de 2011

O bem e o mal


“O homem pode estar em tudo, sem ser vítima de nada”. (Samael Aun Weor)

Após compreendermos que existe um potencial imenso e inexplorado dentro de cada um de nós, surge a necessidade de começarmos a diagnosticar o que precisa ser trabalhado, polido, melhorado. Não se trata, como costuma-se pensar, de encontrar quais são nossas virtudes e quais são nossos defeitos, já que essa é uma visão muito superficial de nossas características. Quando pensamos em defeitos e virtudes, pensamos em coisas que sempre são ruins e outras que sempre são boas e isso é uma fantasia, uma forma sutil de autoengano. Mas para entender esse conceito, primeiro precisamos entender o que é o bem e o que é o mal.

Toda experiência que passamos nos traz sensações e percepções que, por último, se transformam em conceitos. Então, por exemplo, se comemos uma boa comida em um restaurante, dizemos que a comida de lá é boa; se uma pessoa é mordida por um cachorro, passa a qualificar os cães como perigosos e cria aversão a eles; se conhecemos alguém de uma nacionalidade, etnia, religião ou até mesmo um torcedor de um time de futebol que tenha uma característica peculiar, logo atribuímos a característica a todo o grupo, seja boa ou ruim. O que queremos dizer é que nosso cérebro tem por costume simplificar as experiências passadas para armazená-las na memória sob a forma de um rótulo, um conceito e a partir de então, não recordamos da experiência em si, com sua diversidade. É por isso que comumente, quando duas pessoas brigam, elas passam a recordar apenas das coisas ruins que o outro fez ou quando temos saudade de alguém, só nos lembramos dos momentos agradáveis.

O bem e o mal entram nesse mesmo rol de experiências simplificadas, ou seja, são conceitos que tentam resumir nossas experiências. Não podemos pensar que algo é sempre bom ou sempre mau, porque conforme o momento e a necessidade, são úteis ou inúteis, adequados ou não. Como dizia um grande mestre gnóstico, chamado Samael Aun Weor: “Bom é tudo que está no seu lugar; mau é tudo que está fora do lugar”. As coisas, quando são adequadas, tornam-se boas, como o fogo que prepara o alimento ou esquenta a casa em um dia de frio; já quando estão fora de lugar, tornam-se prejudiciais, como o mesmo fogo queimando uma floresta ou o calor em dia excessivamente quente.

O erro está em considerar as coisas ou as pessoas boas ou más, como se fosse um atributo delas e não da circunstância. Como nos dizem as tradições orientais, as coisas em si são vazias de atributos e somos nós que depositamos essas características nelas. No exemplo anteriormente citado, podemos dizer que o fogo em si é bom ou mau? E da mesma forma como estamos falando que nada em si carrega esses atributos, não podemos pensar que em nosso universo interior seria diferente.

Não quero dizer que não existam defeitos nem virtudes, mas quero neste momento evidenciar um uso inadequado destes termos. Geralmente atribuímos a características o rótulo de “defeito” ou “virtude”, como se a coisa em si fosse boa ou ruim. Por exemplo, crer que a paciência, a simplicidade e a veracidade são virtudes é desconsiderar que em muitas situações estas três se transformam em grandes empecilhos ao desenvolvimento do indivíduo. Um sujeito extremamente paciente pode acabar perdendo o momento propício à ação; o que seja simples, pode fechar os olhos para as coisas que necessitem de uma análise mais profunda e aquele que sempre falar a verdade criará situações desagradáveis no  convívio com outras pessoas. Imaginemos um rapaz indo na casa dos pais de sua namorada pela primeira vez para jantar e ao ser servido, a mãe da menina pergunta se ele gosta de tal comida ou se está gostosa. Caso o rapaz não goste daquele prato ou ache que a comida “deixa a desejar” e resolvesse falar o que pensa, seria extremamente desagradável e desrespeitoso, já que aquela família preparou de bom grado e da melhor forma de pôde aquele jantar e o mínimo que se pode fazer em tal situação é ser gentil.

Quando olhamos para dentro devemos aprender a ver características que, ao ser aperfeiçoadas, se tornarão virtudes. A característica, em sua forma crua, desprovida de treinamento, é tão somente uma característica, que a pessoa expressa quando é o momento certo e quando é o momento errado. Uma pessoa calada, por exemplo, se cala no momento que deve calar e cala no momento em que deve falar. Como podemos pensar que isso é uma virtude ou um defeito, se produz resultados de acordo com o que a vida lhe proporciona e não de acordo com o que ela quer conseguir?

Para que uma característica se transforme em virtude, é necessário treinamento. E o treinamento é no sentido de aprender a usar e aprender a não usar a característica. Só quando pudermos dispor de algo é que podemos considerar que adquirimos uma virtude e esta não se encontra na característica, mas na capacidade de utilizá-la de forma útil.

Da mesma forma são os defeitos. Podemos dizer que não são as características em si, mas a forma doentia como aplicamos um determinado padrão de comportamento, ainda que vez ou outra essa forma obcecada produza resultados positivos, igualmente é um defeito, porque faz mal à pessoa, a torna cega e inflexível. Vejam que não é a característica que é o defeito em si, mas a forma como não sabemos lidar com aquele impulso e o convertemos em uma obsessão.

Resumindo, só existe uma virtude e só existe um defeito. A virtude é aprender a manejar e dispor de nossas características, com discernimento e lucidez. E o defeito é tornar aquele padrão inflexível e doentio (que é basicamente a forma como lidamos com todas as nossas características). Em síntese, a solução é compreender as palavras do mestre gnóstico Samael Aun Weor, quando diz que “o homem pode estar em tudo, sem ser vítima de nada”. Aquele que realizar essa frase, desenvolverá o poder da virtude.

2 comentários:

  1. É incrível o auto engano!Ele condiciona as mentes mais cautelosas! Concordo com a essência do seu texto em pensamento ,em número, gênero, porém não em grau.A citação de Samael é pura retórica,onde está o seu lugar?quem o condiciona !Sem falar o espírito inferior que ele é!Arrogante,dono de verdades, homofóbico, misógino, indelicado.Fica difícil saber o que este ser quer realmente passar para os seus pupilos! Experiência propria!Samael= cego para ver!

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  2. Bem interessante o mestre poem a verdade nua e crua, para um bom entendedor basta, fala com para bulas é como Cristo falou.

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