Nos níveis mais profundos da consciência existem respostas para todas as indagações. Saber disso é o primeiro passo para a intuição fluir livremente e trazer-nos essas soluções.
Intuição é a compreensão direta e clara de aspectos da realidade, e decorre do contato entre a consciência externa do indivíduo e seu mundo abstrato. Emerge sem que se lance mão do raciocínio. Independe da atividade mental, que pode até obstaculizá-la. Introduz-se na mente e imprime-se no cérebro no intervalo entre pensamentos. Quanto maior esse intervalo, mais nítida e completa será sua captação.
Para a intuição desenvolver-se, é importante o indivíduo plasmar as ideias de modo claro e coerente e entregá-las com desapego aos próprios núcleos internos. Assim, a energia do amor sabedoria inerente a esses núcleos pode fluir com maior liberdade e permear os corpos externos, advindo daí novo equilíbrio que propicia à intuição revelar-se.
Nesse processo, o fator fé é essencial. Sem a fé na luz existente no âmago do ser, fica-se envolvido em questões psicológicas e intelectuais e restrito a meras teorias.
A intuição é delicada, tênue, não se impõe. Às vezes faz-se presente, mas não chega a ser percebida, ou esvai-se tão logo se tente retê-la. Em geral, não se lhe dá importância por não corresponder a esquemas conhecidos. Todavia, com a prática de se abrir a ela, seu mecanismo desenvolve-se pouco a pouco e prevalece sobre o pensamento automatizado.
A intuição é universal, sintética, considera a realidade presente, única a cada instante, abarca a globalidade das conjunturas envolvidas e coloca cada detalhe no devido lugar. Surge pronta, completa, sem elaborações prévias e sem acarretar dúvida alguma.
O ceticismo, a crítica, o orgulho, o autoritarismo, a dissimulação, a complacência com tendências retrógradas da personalidade, o descontrole no uso da palavra, a convicção, o apego, a curiosidade, a impaciência e a inflexibilidade mental, entre outros fatores, costumam abafar-lhe a voz. Em geral a intuição se faz sentir de maneira mais nítida quando se entra em estados de calma, quietude, silêncio; quando se está vazio e totalmente receptivo. Ela não nasce de um estado emocional ou mental, mas advém de níveis profundos. O primeiro sinal de uma intuição verdadeira é não trazer consigo nenhuma forma de excitação: não provoca alegria, entusiasmo, tristeza, angústia. Vem de maneira clara e sem julgamentos. Às vezes é tão suave que sequer é notada.
O importante é estar imparcial diante das experiências pessoais e de experiências dos outros. Ao se manter essa neutralidade, tem-se clareza sobre o que vem à consciência. É fundamental não confundir intuição com convicção pessoal, que pode até ser positiva, mas se faz de fora para dentro; nasce na mente e se impõe ao ser. É parcial e não substitui a verdade. Estar convencido de alguma coisa não é o mesmo que receber intuição; pelo contrário: uma forte convicção pode ser obstáculo para captá-la.
A tarefa diante do próprio mundo interior, intuitivo, é estarmos receptivos e tranquilos, é sabermos que na essência a solução está pronta, à nossa espera.
"Primeiro desapegai-vos de vossas preferências e expectativas. Em seguida, renunciai a todo e qualquer resultado, reconhecendo a suprema sabedoria que tudo rege. Logo, aquietai-vos e entregai-vos a essa sabedoria. Porém, se realmente entregardes a vós mesmos e o vosso problema, não tenteis tomá-los de volta com o pensamento".
"Primeiro desapegai-vos de vossas preferências e expectativas. Em seguida, renunciai a todo e qualquer resultado, reconhecendo a suprema sabedoria que tudo rege. Logo, aquietai-vos e entregai-vos a essa sabedoria. Porém, se realmente entregardes a vós mesmos e o vosso problema, não tenteis tomá-los de volta com o pensamento".
Trigueirinho
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